9.9.11

 
 

Portel: Meninos vão a Belém com o sonho de virarem jogadores profissionais

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No Brasil dizem que o amor pelo futebol nasce ainda no berço. Quem nunca, quando criança, sonhou em ser jogador de futebol? Alguns podem até dizer que não. Mas, é só caminhar por qualquer campinho de bairro, aqueles de terra batida, campeonatos amadores, e nas próprias arquibancadas dos estádios e perguntar para qualquer um que certamente, a maioria – se não todos – irão revelar que já teve esse desejo um dia. Muitos não levam a sério, pois, o caminho até os contratos milionários, a disputa de partidas nos principais gramados do planeta, vestir a camisa dos melhores times do mundo, fama, prestigio é longo e, acima de tudo, difícil.


Marlon Carlos, 16 anos, acompanhado dos amigos Andrelino Lucas, 15, e Wendel Santos, 17, viajaram 18 horas de barco de Portel, município da Ilha do Marajó, até Belém em busca desse sonho. Pedindo ajuda de lojistas do município, arrumou dinheiro das passagens e chegou. Agora, ele e os amigos, moraram todos juntos na casa de um familiar dos garotos. As dificuldades de comunicação entre Belém e Portel deixaram escassos os contatos entre Marlon e os pais. “Só quando algum colega tem crédito no celular, eu consigo falar com eles (seus pais)”, conta Marlon. Apesar da distância, a mãe, que trabalha como empregada doméstica, e o pai, que vive de bicos, apoiaram o filho. Na despedida, Marlon disse ao pai: “Vou pra Belém porque quero ser jogador de futebol. Ter um reconhecimento internacional para ajudar minha família. É isso que quero pra vida”.

A possibilidade de ascensão social levou Marlon e os amigos a participarem de uma peneirada de quase 200 garotos de onde saíram os primeiros 60 atletas que formam a Sociedade Esportiva Paraense, o primeiro clube empresa do Pará filiada a Federação Paraense de Futebol (FPF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O objetivo é investir na formação de jovens atletas locais, assim como Marlon, com o intuito de exportar talentos para todo o mundo. Assim como ele, os demais 60 atletas estão lá na busca pelo mesmo sonho. “Nossos talentos precisam novamente brilhar no âmbito nacional. O Pará já foi grande no futebol e quase todos os jogadores eram locais. Nosso projeto permite resgatar essa história”, conta João Age, o treinador da equipe e ex-jogador de futebol paraense nos anos 80.
 

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