9.9.11


Mostra lembra o Dia Nacional de Combate ao Escalpelamento

Membros da Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento estiveram reunidos durante toda a manhã desta sexta-feira, 26, para chamar a atenção do público para o Dia Nacional de Combate e Prevenção aos Acidentes com Escalpelamento, lembrado neste domingo, 28. Vítimas de acidente com eixo de motores e acadêmicos colaboradores também atuaram na mobilização, que esteve concentrada em duas barracas montadas na praça Dom Pedro II, na Cidade Velha, centro histórico de Belém.
Nelas, o público pode conferir o artesanato confeccionado pelas meninas e mulheres atendidas no Espaço Acolher, mantido pela Fundação Santa Casa Misericórdia do Pará, e os calendários feitos pelas vítimas atendidas pela ONG dos Ribeirinhos Vitima de Acidente de Motor (Orvam), a mais recente integrante da Comissão. "Foi a forma que encontramos para atrair a atenção da população para que esse acidente deixe de acontecer na nossa região. O melhor de tudo é que as vítimas também se colocaram à disposição para dar depoimentos e alertas para que isso não venha ocorrer com outras meninas e mulheres", explica Socorro Silva, coordenadora de Educação em Saúde e Mobilização Social, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
As demais representações de órgãos que compõem a Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento, como a Capitania dos Portos, da Marinha do Brasil, distribuíram panfletos com informações necessárias para que a população denuncie embarcações irregulares que ainda navegam com o eixo do motor descoberto. “Aqui, como outros membros da comissão, realizamos um trabalho de prevenção e de orientação, voltado principalmente aos ribeirinhos que utilizam as embarcações como meio exclusivo de transporte. Uma tentativa de conter esses acidentes”, ressalta o primeiro tenente Marco Antonio Araújo Costa.
Moradora da zona rural de Bagre, munícipio da região do Marajó, a dona de casa Maria Raimunda Teixeira está em tratamento na Santa Casa, em Belém. Usa turbante porque perdeu os cabelos, que ficaram enroscados no eixo do motor do barco. Só lembra que isso aconteceu há 26 anos, ainda na adolescência. "Foi um descuido porque me abaixei pra pegar alguma coisa no piso do barco e dias depois já tava em Belém sendo atendida na Santa Casa, onde recebo assistência até hoje", relembra.
Já a tragédia com a agricultora Júlia Pinto aconteceu há apenas oito meses e, devido ao pronto atendimento recebido no município e encaminhamento imediato à Santa Casa, já consegue falar sobre o trauma. "Tinha um remo nas mãos e escorreguei nele. Na queda o eixo pegou meu cabelo", lembra a moradora da zona rural de Portel, também da Ilha do Marajó, região que historicamente concentra o maior número de vítimas de acidente com escalpelamento.
A programação em torno do Dia Nacional de Combate e Prevenção aos Acidentes com Escalpelamento prossegue durante a tarde, das 15 às 17 horas, no auditório da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), em Belém, com a exibição do documentário "Escalpelamento: o dia seguinte", resultado do trabalho de conclusão de curso de jornalismo dos estudantes Aline Souza Santos e Edson Luiz dos Anjos, do Centro Universitário Sant'Anna (UniSant'Anna), de Salto, interior de São Paulo.
O escalpelamento acontece por conta da falta de segurança nas embarcações. O eixo que transfere a força do motor à hélice passa pelo meio da embarcação e, em várias delas, ele fica exposto, sem nenhum tipo de proteção, girando a uma velocidade de 2.500 rotações por minuto. Os cabelos compridos de meninas e mulheres enrolam-se no eixo e podem arrancar o couro cabeludo, orelhas e parte da pele do rosto. Embora menos comuns, há registros de casos relatados por homens e meninos que sofreram mutilações nas genitálias. Algumas ocorrências acabam em morte.
O Dia Nacional de Combate e Prevenção aos Acidentes com Escalpelamento exerce maior apelo na região Amazônica, que registra em média 80% das ocorrências. As estatísticas no Pará revelam que somente este ano já foram quatro os acidentes deste tipo, ocorridos em Portel, Curralinho, Barcarena e Oriximiná. Em 2009 as ocorrências chegaram a 20, caindo para cinco em 2010. Apesar dessa redução, o Estado e demais entidades que atuam no combate ao problema trabalham intensivamente para eliminar de uma vez por toda essa prática, ainda comum entre alguns condutores de barcos, de navegar sem a proteção do eixo dos motores. Nos últimos 29 anos, a perda parcial ou total do couro cabeludo provocada pela sucção do eixo dos motores - ocorrida por conta da ausência de proteção desse equipamento - já vitimou 250 pessoas.

Prefeitos e secretários de saúde do Marajó participam de reunião na Sespa


Prefeitos e secretários municipais de Saúde do Marajó estiveram reunidos no último dia 29 de agosto com o secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, para apresentar uma pauta de reivindicações. Eles vieram apoiados pela Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM), que tem como presidente o prefeito de Portel, Pedro Barbosa. Uma das reivindicações é a ampliação dos procedimentos no Hospital Regional do Marajó, no município de Breves.
Segundo a secretária municipal de Saúde de Breves, Jucineide Barbosa, a implantação do HRM, criou na população a expectativa de que todos os casos de média e alta complexidade seriam resolvidas lá, “mas muitos ainda estão vindo para Belém”, informou, reconhecendo, no entanto, que houve um avanço significativo, já que o Hospital disponibiliza atendimento em ortopedia, cirurgia, obstetrícia e cardiologia, por exemplo.
Helio Franco adiantou que os cardiologistas do Hospital Regional receberão treinamento para atender a pacientes com doença de Chagas em Breves, uma vez que essas pessoas ainda precisam vir a Belém para fazer o acompanhamento no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.
Segundo o secretário estadual de Saúde, “O Marajó é prioridade para nós, com certeza, queremos que a maior parte dos serviços seja de fato realizado na própria região”. Ele também informou sobre o levantamento que a Sespa vai fazer no Hospital de Pronto Socorro Municipal (HPSM) para saber de onde os pacientes estão vindo, quais as causas e que tipo de tratamento estão recebendo.
Jucineide falou, ainda, da necessidade de um serviço de terapia renal substitutiva (hemodiálise) no Hospital. Sobre isso, Helio Franco explicou que o principal entrave é a qualidade da água, que tem muito ferro. “Um grupo técnico, inclusive, está fazendo um estudo para encontrar alternativas para a implantação do serviço”.
Prefeitos e secretários marajoaras foram enfáticos em solicitar apoio do governo estadual também para a Atenção Primária, principalmente no que tange à fixação do médico nos municípios. Eles pensam numa proposta para “aproveitar melhor o profissional na região, desde que haja incentivo do Estado”.
Na oportunidade, Helio Franco informou sobre a realização das Oficinas de Planificação da Atenção Primária, que serão realizadas pela Sespa em todas as regiões, com apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Outro ponto da pauta foi a situação da malária, que preocupa tanto autoridades sanitárias quanto a população. Os gestores querem um trabalho mais integrado com o Estado, unindo as ações do Nível Central da Sespa, da 7ª e 8ª Regionais de Saúde, e as secretarias municipais. A secretária de Saúde de Curralinho, Kátia Polimante, reivindicou que os municípios sejam ouvidos antes das ações serem realizadas e também antes dos novos serviços serem implantados no Hospital Regional.
Também participaram da reunião os prefeitos Pedro Barbosa (Portel), José Antonio Leão (Breves), Márcio Pamplona (Santa Cruz do Arari), Getúlio de Souza (São Sebastião da Boa Vista), João Luiz Melo (Soure), Rui Santos (Muaná) e Edson da Silva Barros (Anajás), David Quaresma (Curralinho), Jaime Barbosa (Cachoeira do Arari) e Adiel de Souza (Melgaço).
Roberta Vilanova - Ascom/Sespa   

 

Reunião na Sepaq discute rumos da atividade pesqueira


Reunião ocorrida na tarde desta sexta feira (2), na Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq), debateu os rumos da atividade no Pará. Também foram discutidos o planejamento e ações para o interior do Estado, como a construção de redes-tanques, estações e geleiras. O encontro teve a participação do secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e de Incentivo à Produção, Sidney Rosa, e do secretário da Pesca, Henrique Sawaki.
A atividade pesqueira vai ter sua estrutura melhorada. O exemplo é a fase final de construção do Centro de Alevinos de Portel, na ilha do Marajó. Também participou do encontro o deputado federal Miriquinho Batista, que falou sobre as ações que vem empreendendo em Brasília, em prol da pesca paraense. Sidney Rosa pediu mais informações e solicitou nova reunião, “para antes do dia 20". Miriquinho lembrou que existe uma lei de sua autoria, sancionada, que possibilitará destravar uma série de problemas que hoje vêm emperrando o desenvolvimento do setor no Estado.

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BATE PAPO PORTELENSE