O edital, vencido
pela Emater no fim do ano passado e dividido em três lotes, estabelece
iniciativas de desenvolvimento da cadeia de aquicultura no arquipélago. O
contrato geral ultrapassa R$ 3 milhões. Esse segundo lote tem como
beneficiárias 800 famílias – 200 de cada município -, e representa um
investimento governamental de R$ 950 mil. São agricultores tradicionais
que vivem da pesca artesanal, do plantio de mandioca e do extrativismo
de açaí.
O engenheiro de pesca da Emater, Cássio
Flexa, gerente do projeto da referida chamada pública, aponta que “em
geral são famílias que produzem para subsistência, comercializando
apenas o excedente”. De acordo com ele, a aquicultura no Marajó é uma
atividade com imenso potencial, dados inclusive os recursos naturais,
mas com prática atual “ínfima”: “Os produtores até criam peixe ou
capturam camarões e manejam em tanques escavados ou gaiolas, mas faltam
tecnologia e crédito rural, para estruturar e impulsionar a cadeia
produtiva”, completa.
A etapa do planejamento
participativo foi precedida pela realização, de março a maio deste ano,
de um diagnóstico socioeconômico e georreferencial dos produtores e da
produção nos quatro municípios, com extensionistas visitando as
propriedades e aplicando metodologias específicas de pesquisa. O
documento, que está sendo sistematizado, embasará as estratégias do
trabalho da Emater, que pela vigência do contrato deverá durar pelo
menos por um ano – com renovação possível por mais quatro.
“A desenvoltura da Emater no Marajó demanda uma logística diferenciada,
pela própria geografia, recortada por rios e isoladora das comunidades,
e pela situação social e cultural das famílias, que têm renda baixa e
tampouco estão inseridas numa mentalidade digamos que comercial”,
teoriza o sociólogo da Emater Alcir Borges.
Aline Miranda - Ascom Emater
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