10.6.08


Urgência

Crianças corriam risco de morte e foram trazidas das cidades de Portel e Breves

O trânsito na avenida Doca de Souza Franco parou ontem, por volta de 17 horas, para o pouso, no meio da via, do helicóptero do Corpo de Bombeiros, com duas crianças recém-nascidas trazidas dos municípios de Portel e Breves para atendimento médico na capital paraense. O serviço Móvel de Ambulância da Secretaria Municipal de Saúde (Samu) deixou de sobreaviso duas ambulâncias tipo USA (Unidade de Suporte Avançado), com equipamentos de UTI para fazer o transporte das crianças até o hospital.

O coordenador do Samu, o médico Milton Boni, explica que a vinda de pacientes graves e gravíssimos para a capital ocorre em virtude da falta de rede hospitalar no interior. 'Com isso, os pacientes acabam vindo para Belém, que possui rede hospitalar estruturada para atendimento em alta complexidade'.

O resgate das duas crianças foi feito pelo Grupamento Aéreo do Corpo de Bombeiros, sob o comando do piloto, o tenente coronel Mário Tadeu de Oliveira, comandante do Grupamento. O Corpo de Bombeiros recebeu o primeiro chamado para o resgate da criança de Portel por volta das 10 horas da manhã, e o segundo alerta para o resgate do recém-nascido de Breves, às 10h30. 'Antes de iniciarmos a operação de resgate, fomos em busca de uma neonatologista para integrar a equipe, pois uma das crianças apresentava quadro de pneumonia aguda, com suspeita de infecção generalizada, e precisou de equipamentos para respiração mecânica durante o vôo. A outra nasceu com problemas congênitos e necessitava de uma cirurgia corretiva em até 48 horas após o nascimento, para evitar um caso de necrose', explica.

A viagem para Belém durou cerca de 1h30. Caso o resgate fosse feito de barco, a viagem duraria em média 14 horas de Portel a Belém e cerca doze horas de Breves para a capital. A criança com quadro agudo de pneumonia foi encaminhada para UTI da Santa Casa de Misericórdia do Pará. A outra criança, que nasceu com gastrosquise (vísceras expostas), foi operada ontem à noite também na Santa Casa.

Segundo o comandante do Grupamento Aéreo do Corpo de Bombeiros, de setembro do ano passado a junho deste ano foram feitos 42 resgates aéreos para transportar pacientes do interior até Belém sob risco de morte. A maioria trazida para atendimento é oriunda da Ilha do Marajó.

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