28.4.11

Duas cidades paraenses entre as mais pobres



O Pará tem dois municípios situados entre os 100 com a maior incidência de pobreza do Brasil: Portel, em 10º lugar e Bagre, em 71º.

Portel tem um limite de pobreza de 78% e é um dos piores do Brasil. Já Bagre, chega a 69,9% do limite de pobreza absoluta da população. Os dados foram apresentados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Mapa de Pobreza e Desigualdade 2003 apresenta dados com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 e no Censo Demográfico 2000.

A pesquisa foi produzida em parceria com o Banco Mundial (Bird) e está disponível em DVD. A divulgação mostrou também outra surpresa: a de que a população da região Norte do Brasil, juntamente com os nordestinos, se julga muito mais pobre do que realmente é.

Os 10 municípios paraenses que apresentam os menores percentuais de incidência de pobreza são: Água Azul do Norte, Novo Progresso, São Francisco do Pará, Vitória do Xingu, Santo Antônio do Tauá, Curuçá, Santa Cruz do Arari, Piçarra, Belterra e Canaã dos Carajás.

Na pesquisa, a pobreza absoluta é medida a partir da capacidade de consumo. De acordo com este critério, pobre é aquela pessoa que não consegue ter acesso a uma cesta alimentar e a bens mínimos necessários para a sobrevivência. Já a avaliação subjetiva de pobreza é derivada da opinião dos entrevistados, calculada segundo a percepção das pessoas de suas condições de vida.

De acordo com o mapa, a região Nordeste se caracteriza "pela maior proporção de pobres, pela maior distância média dos pobres em relação à linha de pobreza e onde também a severidade da pobreza era a mais intensa do país".

>> Nordeste tem maior proporção de pobres

A "severidade da pobreza" é a Medição do grau de desigualdade entre os pobres. "Para um gestor de políticas públicas é importante conhecer quais as áreas onde a pobreza se apresenta mais severa, indicando a necessidade de estabelecer prioridades no seu combate", informáramos pesquisadores do IBGE, durante a divulgação da pesquisa.

A região Nordeste se caracteriza pela maior proporção de pobres, pela maior distância média dos pobres em relação à linha de pobreza e onde também a severidade era a mais intensa do país,onde 68,3% dos municípios tinham uma severidade maior do que 10%.Já no Pará,os dados sobre "severidade da pobreza"se concentram nas regiões de Monte Alegre e de Breves.

O Mapa da Pobreza feito pelo IBGE volta a destacar que há tendência de maior incidência da pobreza em municípios de menor porte. Já a desigualdade é maior nas cidades mais populosas. No caso extremo estávamos 13 municípios brasileiros com mais de um milhão de habitantes: nenhum deles tinha mais de 50% de pobres, mas a desigualdade acima de 40% abrangia todo o grupo.

De acordo como estudo, mais da metade da população de 32,6% dos municípios brasileiros vivia na pobreza em 2003. Em relação à desigualdade, medida pelo índice de Gini, 40,7% das 5.564 cidades do país apresentavam esse indicador acima de 40% no período. O Nordeste tinha 77,1% de municípios com mais da metade da sua população vivendo na pobreza em 2003, porém a desigualdade era menos intensa na área. (Diário do Pará)

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